quinta-feira, 5 de março de 2015

Arroz, feijão e carne ficam mais caros em Manaus, alerta Dieese

O preço da cesta básica chegou a R$ 321,29, valor 1,09% mais caro em relação a janeiro, segundo pesquisa do órgão

A entressafra, período entre uma safra e outra que reduz a oferta do produto, afetou o preço do feijão
O prato básico de comida ficou mais caro em Manaus, em fevereiro, após subida do arroz, feijão e carne. O preço da cesta básica chegou a R$ 321,29, valor 1,09% mais caro em relação a janeiro, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Questões climáticas, dólar e transporte influenciaram nos preços.
Com aumento de 10,3%, o feijão carioquinha foi o alimento que ficou mais caro em fevereiro, em Manaus. A entressafra, período entre uma safra e outra que reduz a oferta do produto, afetou o preço. O feijão subiu em 17 das 18 cidades pesquisadas. “O feijão aumentou bastante. Quem tem (mais estoque), vende mais caro”, afirma o supervisor técnico do Escritório Regional do Dieese em Manaus, Inaldo Seixas. Em dois meses, o feijão subiu 28,4% na capital do Amazonas.
A auxiliar de serviços gerais Zuleide Silva mudou alguns hábitos devido ao peso do preço do feijão. “Antes eu comia todo dia em casa, mas como ta muito caro, tenho feito uma vez por semana”, disse. Zuleide reclama que o preço onde mora, no Parque São Pedro, está alto e por isso se limita a comprar um quilo de feijão por mês.
O arroz sofreu influência da longa entressafra na Região Sul, uma das áreas produtoras no Brasil, e da variação da moeda americana. “O dólar interfere. Se somos um país que importa commodities (como o arroz), o câmbio afeta (no preço), também na inflação”, disse Seixas. A alta do dólar também ajuda a melhorar a competitividade do arroz brasileiro no exterior. O preço em Manaus ficou 4,51% mais caro.
Já a carne, que tem o maior peso no custo da cesta básica, subiu 3,57%. De acordo com o Dieese, o item ficou mais caro em nove capitais, sofrendo influência da estiagem no início do ano nas regiões produtoras e do aumento das exportações. Em Manaus, a carne está 5,54% mais cara em 2015.
“Não é uma causa para o aumento, são várias”, afirma o supervisor do Dieese. Aumentos nos combustíveis, afetando o frete dos alimentos, e a variação do dólar são os motivos. “Se exporta mais, normalmente reduz a quantidade no mercado interno, podendo alterar os preços”, explicou Seixas.
Leite, pão francês, café e banana prata também ficaram mais caros, enquanto que farinha de mandioca, tomate, açúcar, óleo e manteiga tiveram o preço reduzido em fevereiro. A maior produção e venda do tomate regional (verde) reduz a importação do item de outros Estados.
Com os resultados, Manaus se mantém com a 11ª cesta básica mais cara do Brasil. A primeira é a de São Paulo (R$ 378,86), seguida de Florianópolis (R$ 359,76) e Rio de Janeiro (R$ 357,27), segundo o Dieese.

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