De acordo com os denunciantes, a “balada” veio acontecendo durante toda a semana, no período da manhã |
Alunos da escola estadual Sebastião Norões, localizada no conjunto Renato Souza Pinto, na Cidade Nova, Zona Norte, parecem ter uma nova disciplina incluída na grade curricular: aulas de funk. Mas a questão só virou um problema, porque, segundo alguns pais, os alunos deixaram de ter aulas durante a semana para realizar “baladas” na sala, durante o horário das aulas.
Veja O Vídeo
Um pai de um aluno do 7º ano do turno matutino contou que só descobriu a “rave escolar” após acessar o celular da filha, de 13 anos. “Eu observo tudo o que a minha filha faz, olho no celular e tudo. Até que no início da semana, eu encontrei um vídeo em que vários estudantes aparecem dançando na sala de aula”, contou ele, revoltado com a situação.
O vídeo amador teria sido feito pelos próprios estudantes durante um dos momentos “descontração”, no início da semana. Nas imagens é possível ver vários estudantes, que possuem entre 13 e 14 anos, dançando funk.
Vídeo foi gravado pelos próprios alunos. Foto:Reprodução
Algumas meninas aparecem até de minissaia e a blusa da farda suspensas até a cintura. A trilha sonora do momento é a música “Parara Tibum”, cuja reprodução do conteúdo foi proíbida por questões de problemas autorais na justiça.
Pelas imagens também é possível perceber que se trata mesmo de uma sala de aula, pois ao fundo aparece um quadro branco e as carteiras foram afastadas. A sala estava lotada.
Escola polêmica
De acordo com os denunciantes, a “balada” veio acontecendo durante toda a semana, no período da manhã. As “festinhas” também teriam acontecidos em outras turmas do mesmo turno. E para garantir o acesso, cada aluno ainda tinha que pagar pelo “passaporte”: o ingresso custava R$ 2. A arrecadação seria utilizada para organizar uma festa agostina, prevista para a semana que vem.
Na opinião dos denunciantes, o que mais causa indignação é fato de os alunos deixarem de ter aulas no horário normal. “Minha filha disse que os professores têm ciência disso e mesmo assim deixam, por causa desse arraial. Os meus filhos vão para a escola para estudar, não para dançar”, reclamou um pai. Ele disse que pretende procurar a direção da unidade para cobrar explicações sobre o episódio.
Seduc diz que festa foi autorizada
Procurados por A CRÍTICA, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) confirmou que a escola estadual Sebastião Norões promoveu, nas duas últimas semanas, atividades internas para arrecadar fundos para a realização de seu Festival Folclórico, que acontecerá no próximo dia 7 de agosto.
De acordo com a gestora da escola, Nelissandra Gurgel, os alunos não foram liberados das aulas, já que as ações foram realizadas sempre nos últimos tempos, não comprometendo o repasse dos conteúdos pelos educadores.
A escola esclareceu ainda que todas as atividades foram realizadas com o consentimento da direção e acompanhadas pelos professores de cada turma.
Mas para muitos pais, a “atividade extra-curricular” não é adequada, por utilizar um horário impróprio. “Isso aconteceu de manhã e não era hora do intervalo. Se meu filho vai para a escola, quero que ele vá estudar”, afirmou os denunciantes, que criticaram a direção do colégio.
Em números
R$ 2 era o valor do ingresso que cada aluno interessado em participar da “balada matutina” deveria pagar para entrar na sala. A arrecadação seria utilizada para organizar o Festival Folclórico da escola estadual, previsto para a próxima semana. Segundo os pais, alunos de todas as séries estavam realizando esse tipo de “atividade”.
Outra confusão
Em maio deste ano, a escola Sebastião Norões, na Zona Norte, foi palco de outra polêmica quando vários estudantes do 5º, 6º e 7º ano do Ensino Fundamental apresentaram comportamentos estranhos após participarem de um ritual que ficou conhecido como “Charlie Charlie”.
A brincadeira consistia em escrever em uma folha de papel as palavras “yes” (sim) e “no” (não) e sobre ela colocar dois lápis em forma de uma cruz. Os participantes precisavam dizer em voz alta a frase “Charlie, Charlie! Você está aqui?” para que o espírito de Charlie se manifestasse, movendo um dos lápis para lado do “sim” ou do “não” na folha.
Fonte: http://acritica.uol.com.br/manaus/Rave-Alunos-estadual-flagrados-promovendo_0_1403859643.html
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